Galeria de Arte AFK
Manipulação Fotoquímica - Vanguardas e Fotografia
(curso teórico)
Conteúdos
I Vanguardas e Modernidade
II A estética “directa” e a doutrina “pura”
III A pluralidade do espaço de representação
IV Schadowgraphs e Vortographs
V Fotomontagem berlinense e o construtivismo russo
VI Fotomontagem e Fotograma
VII Man Ray e Moholy-Nagy
VIII Nova Visão
Duração / Horário das sessões / Número de participantes
Duração do curso: 6 h (3 sessões de 2 h).
Sábados: 18 - 20h.
Número de participantes: 6 - 8
Preço
200 Euros

Man Ray, Le Violon d´Ingres, 1924
Horário e Inscrições: contactar AFK por e-mail ( galeriaafk@gmail.com ) ou telefone 351 919046376
Resumo I
Manipulação Fotoquímica - Vanguardas e Fotografia
O curso de "Manipulação Fotoquímica – Vanguardas e Fotografia", aborda um trajecto histórico na fotografia moderna, que incide nos programas e teorias que reivindicaram as práticas de manipulação da imagem fotográfica como novos meios de representação e expressão visual. Neste campo heterogéneo, os deslocamentos programáticos, rupturas conceptuais e formais, vinculam-se em parte aos movimentos de vanguarda.
No estudo dos programas ambivalentes que a fotografia moderna integra, desde a imagem de ideais sociais, proclamada como “anti arte”, à ideia de uma “autonomia” do medium, seguimos como metodologia, um criticismo formalista que identifica e analisa a tecnologia intrínseca, o vocabulário formal, os programas estéticos e as suas rupturas. Nesta perspectiva que se funde no plano “cronológico”[i] com a história das vanguardas, adoptamos uma abordagem que tem como ponto de partida, a estrutura conceptual providenciada por Beaumont Newhall, pioneiro na análise “estetizante” do meio, ou seja, uma investigação que se centra, na “história de um meio expressivo” mais do que numa “técnica”[ii]. Porém, ainda que tenhamos presente essa orientação metodológica como base de estudo, consideramos pontuais incursões à natureza de signo fotográfico como discurso complementar, na análise de questões que colocamos e pelo próprio conceito de “manipulação da imagem fotográfica”.
No âmbito das próprias práticas, incidimos em dois tipos de procedimentos: a fotomontagem, “construção” apropriada pelas vanguardas, e a prática redescoberta nos anos vinte por Man Ray e Moholy-Nagy – o fotograma, imagem paradigmática da nova visão que se tornou o modelo de construção formal em oposição ao discurso e modelo de representação “directo”, à ideia de “tradução” do mundo visível, com os procedimentos interpretados como específicos e os conceitos classificados como “verosímeis”.
Realizaremos uma abordagem sucinta à “fotografia combinada” e à estética pictorialista do século XIX – às primeiras construções sistemáticas da fotomontagem com intenções estéticas (pictóricas). Para depois nos centrarmos nas vanguardas que configuram a fotomontagem com ideais sociais e políticos: a fotomontagem berlinense e a construtivista russa. Abordamos a relação entre fotomontagem e ideologia, procurando demonstrar que a fotomontagem concebida como uma representação social e ideológica, evidenciou progressivamente um carácter formalista. Montagens que, reformulam parte do vocabulário formal das vanguardas e integram a fotografia na história da arte moderna.
Procuramos ainda interpretar o programa estético da Nova Visão e as questões da especificidade do medium propostas por Moholy-Nagy. As vertentes da Nova Fotografia e a sua valorização dos recursos intrínsecos ao meio, a questão da “autonomia” da imagem fotográfica como nova representação estética, seja mediante a estética “pura”, proclamada pela Nova Objectividade, ou pelo conceito “produtivo” de manipulação, proposto por Moholy-Nagy.
[i] DURAND, Régis - El tiempo de la Imagen: ensayo sobre las condiciones de una historia de las formas fotográficas. Salamanca: Ediciones Universidad de Salamanca, 1998, p. 13.
[ii] NEWHALL, Beaumont - The History of Photography. 5.º ed. N.Y.: The Museum of Modern Art, 1982.
p. 7. A primeira edição foi publicada em 1938, intitulada Photography a Short Critical History, com ênfase para a “Fotografia Directa”.
BIBLIOGRAFIA